A Gente Que Faz - Conheceremos o Novo Prefeito de Brotas em 54 Dias
Por Rôney Araújo
Por meio de uma Proposta de Emenda Constitucional (PEC), o Poder Legislativo Federal adiou as eleições municipais de 2020, até então marcadas para o dia quatro de outubro, ocorrerão agora no dia quinze de novembro. Com a aprovação da peça, todo o calendário eleitoral foi alterado ganhando o acréscimo de 42 dias às antigas datas. Assim, as convenções partidárias, eventos esses propostos pelos partidos a fim de escolherem seus representantes para a próxima eleição, também já têm novo período, entre 31 de agosto a 16 de setembro. Nesse intervalo, será revelado o próximo prefeito de Brotas de Macaúbas.
Alardeia-se, há meses, sobre a possibilidade do município brotense ter quatro candidatos na disputa pela a cadeira executiva. A saber: Dr. Antônio Kléber, Litercílio Júnior, Edilson Campos e Wemerson Cleiton. Caso a cena seja confirmada, de antemão, teremos o vencedor do pleito declarado, sem nem mesmo ser necessário irmos às urnas para legitimar o pensamento. Não havendo mudanças na conjuntura atual, Dr. Kléber, pela quarta vez, comandará a prefeitura de Brotas. Utilizando dos conhecimentos matemáticos e estatísticos, convido o leitor para uma análise sobre as últimas três eleições, cujo os dados sintetizados darão subsídios para a afirmação acima.
Nos últimos doze anos, somente em 2008 tivemos mais de dois candidatos concorrendo. E o resultado, como era previsto, apresentou um número ínfimo de votos para um deles, nessa ocasião, o senhor Orlando. Isso nos faz inferir acerca de um comportamento padrão dos eleitores em cidades com menos de 20 mil votantes: o voto útil. Em 2020, 8.962 pessoas estão aptas ao encontro com a urna, quantidade essa muito parecida com a de 2012. Naquele momento, 7.046 optaram por um candidato, ante a 1.675 abstenções ou branco/nulo. Tomando esse quantitativo como referência, (7.046), embasado nas similaridades da eleição de 2012 com essa de 2020, sobretudo no número de votantes, sigamos analisando.
O grupo Klebista nunca teve menos de 3 mil votos, mesmo perdendo. Tirando a média simples, chegaremos em 3.366. Isso nos diz sobre a contagem de votos, em média, alcançada pelo doutor a cada quatro anos. Mesmo em 2008, o qual teve votação abaixo da média, explica-se pela quantidade de eleitores, inferior a 8 mil. Ora, em 2020 teremos 7.046 votos válidos em disputa (excluindo os brancos, nulos e as abstenções), é bem razoável supormos que, um pouco mais de três milhares, serão para o candidato do PP. Logo, restam para os outros três postulantes dividirem aproximadamente 4.046 votos. Há dissidências de apoiadores em qualquer cenário, mas os de Dr. Kléber, historicamente, sempre foram mais fiéis a ele e ao partido, reflexo de uma relação construída por longa data.
Ao olharmos para o desempenho de Júnior, constataremos sua curva ascendente ao passar dos anos. Contudo, talvez essa curva seja explicada por alguns fatores específicos da época, não nos permitindo garantir, em 2020, a sua manutenção. Em 2008, o candidato petista era a solução para quebrar o monopólio de Kléber, assim era natural o recebimento do expressivo número de votos. Já em 2012, disputava a reeleição, tendo feito um trabalho, notadamente, positivo, logo conseguiu aumentar seu prestígio, mesmo perdendo. Quatro anos mais tarde, ele ganhou e aumentou sua porcentagem. A provável explicação foi seu bom trabalho em 2008, o qual foi interrompido em 2012. Parte do eleitorado brotense deu-lhe o segundo mandato para fazer justiça frente a outrora derrota.
Em 2020, o panorama é diferente. Além de sua atual gestão ser mal avaliada, conta com baixas importantes de figuras tradicionalmente influentes as quais deixaram de apoiá-lo. Uma dessas figuras é o próprio Cleiton, que disputa para tirá-lo da cadeira. O reduto eleitoral de Cleiton é parte do de Júnior, diz respeito a uma ala do PT tradicionalmente contrários a Kléber. Edilson, por sua vez, consegue absorver o eleitor anti-Kléber e Júnior, além de outros estreantes na arte de votar. Os três oposicionistas a Kléber podem até tirar mil votos cada, mas morrerão na praia por serem adversários oriundos do mesmo nicho eleitoral. Para piorar de vez, as abstenções vêm aumentando. É uma tendência, não só em Brotas como no Brasil inteiro. Todos os candidatos serão impactados, mas quem larga atrás sempre sai mais prejudicado.
Forçar um cenário onde a dualidade opere será um trunfo valioso para os três candidatos. A união das forças é um movimento de extrema coragem e, quando isso ocorre na política, quase sempre indica um entendimento importante sobra a realidade no tocante de um comprometimento com causas maiores. Trata-se, portanto, do coletivo sobre o individual, em uma perspectiva desafiadora e necessária. Longe da ideia de lotear a prefeitura, característica comum na criação das alianças partidárias, o tento em questão deve ter, no seu desenvolvimento, a população ao centro do debate para construir uma proposta digna, feita em várias mãos, e, acima de tudo, eficaz.
Inexiste um outro caminho senão o de sentarem à mesa e convergirem suas ideias em prol de um alinhamento capaz de se transformar num projeto propositivo para Brotas. As rusgas, as vaidades e os interesses individuais deverão ser deixados de lado para cederem espaços à uma visão inteligente e estratégica diante dos inúmeros problemas do município. Uma vez ostentado, em suas plataformas de campanha, o amor à Brotas, talvez esteja na hora de demonstrar, efetivamente, através de ações práticas, esse dito sentimento. Discursos vazios e ufanistas os brotenses não aguentam mais. A tomada de decisão deve ser agora para que, mais tarde, o trio não escute a célebre e doída frase: nós avisamos!
Fotos da Internet
24/07/2020
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