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quarta-feira, 15 de julho de 2020

BROTAS E IPUPIARA: REFÚGIOS CONTRA O CORONAVÍRUS?

Brotas e Ipupiara: Refúgios Contra o Coronavírus? 
Por Rôney Araújo 
Com mais de 70 mil mortos, o Brasil segue na segunda posição dos países com mais casos da Covid-19, atrás somente dos Estados Unidos.  A pandemia por aqui teve início em março e, desde então, os números crescem numa velocidade impressionante. De acordo com o Ministério da Saúde, 86% dos municípios brasileiros já apresentaram infestação em algum nível. Na região Nordeste, o estado do Ceará é o campeão de casos seguido pela Bahia.

Na terra de Jorge Amado, das 417 cidades, apenas 78 não registram casos do novo coronavírus. Nos municípios mais ao Oeste, temos Barreiras com 616 contaminações e Ibotirama com 123. Em Seabra, o quantitativo indica contaminação em 41 pessoas, em Oliveira dos Brejinhos já são 44 infectados. Com incríveis 150 confirmações, Gentio do Ouro vive um drama. Mais ao Sudoeste, Boquira e Macaúbas apontam 14 e 5 casos respectivamente. 

Alheias a esse cenário caótico, Brotas de Macaúbas e Ipupiara seguem sem registros da Covid-19. Embora façam limites com Gentio do Ouro e Oliveira dos Brejinhos, municípios esses com bastantes casos, além de abrigarem muitos trabalhadores das empresas responsáveis pela construção da linha de transmissão, parece que as duas cidades não são famosas apenas pelos constantes atritos entre seus cidadãos, mas também por evitar a chegada do vírus em seus domínios. Será mesmo?

É reconhecido o trabalho eficaz exercido pela barreiras sanitárias de Brotas, inclusive, tais ações ali encampadas foram replicadas por outras administrações. Entretanto, com ou sem eficácia nas barreiras e em todas as ações preventivas visando barrar o corona, alguns aspectos podem explicar a ausência da doença nessas cidades, ou, no quadro mais provável, a falha em identificá-la.

A forma de rastrear o maior número de pacientes infectados é por meios dos testes rápidos em massa. Como sabemos, ambos os municípios testam muito pouco a população, isso implica em muitos casos ocultos, despertando atenção somente se o hospedeiro desenvolver os sintomas. Além disso, a incidência de erro no resultado do teste rápido pode chegar até 30%, negativando, equivocadamente, alguns diagnósticos positivos.

Pacientes assintomáticos também dificultam o retrato da realidade. Esses sujeitos, por não apresentarem sintomas, não são testados, assim não aparecem nos boletins informativos, mesmo carregando o vírus e com poder de contaminação. Há, ainda, a subnotificação, a qual é resultado direta da precariedade dos testes rápidos e dos sujeitos em estado assintomáticos. 

Poderíamos aludir sobre a subnotificação proposital, estratégia essa usada para manter os casos positivos longe dos boletins, a fim de manter o prestígio político frente a população, uma vez que estamos perto da eleição municipal.  Todavia, seria leviano especular nesse sentido e pouco construtivo. O zelo pela coisa pública nos faz apostar na ética dos gestores e no trato honesto com as informações de interesse coletivo.  Mas é inegável o espanto causado quando analisamos os dados de todas as cidades da região e comprovamos o cenário atípico e destoante em Brotas e Ipupiara. No mínimo, desperta curiosidade

Como não podemos mensurar e validar todas as informações, continuemos confiantes e procuremos dar continuidade nas medidas preventivas. Se puder, fique em casa e, caso não seja possível, ao sair, use máscara, higienize as mãos com frequência e respeite o distanciamento social. Evite aglomerações. O momento é propício para pensarmos em consciência coletiva e colocá-la em prática, afinal tudo isso irá passar e seremos melhores, ao menos o plano é esse.

Fotos Ilustração 
15/07/2020


BROTAS E IPUPIARA: REFÚGIOS CONTRA O CORONAVÍRUS?
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