Lamarca Prêmio Nobel da Paz em 1988
Por Wanderley Rosa Matos
Prêmio Nobel da PazAo realizarmos a 22ª Celebração dos Mártires, que esse ano acontecerá no dia 16 de Setembro, a partir das 15:00, no memorial dos Mártires, descobrimos, nas páginas das redes sociais, uma notícia que por anos ficou escondida do povo brasileiro, trata-se do Prêmio Nobel da Paz, concedido ao Capitão Carlos Lamarca, Mártir da Diocese de Barra, é agora também um dos cerca de 6.000 brasileiros, contemplados com a honraria da Paz, em consequência da participação na operação de Paz da ONU - Organização das Nações Unidas, realizadas no Canal de Suez.
A notícia pouco divulgada pela imprensa brasileira, merece compor os livros e enciclopédias de história do Brasil, para que, todos os nossos jovens, possam ter orgulho de brasileiros que, com bravura, serviram a pátria amada, dedicando parte das suas vidas a paz mundial.
História de Vida
Carlos Lamarca nasceu no dia 27 de outubro de 1937, no seio de família modesta, do Morro de São Carlos, zona norte na cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro. Seu pai o Sr. Antônio Lamarca Neto, era um sapateiro, e sua mãe, Dona Gertudes da Conceição Sperduto, uma dona de casa, que além de Carlos Lamarca, tiveram outros filho: Valter, Vanda, Norma, Ivan e Celia.
Lamarca foi, desde muito novo, um jovem sagaz e persistente que desde criança, aprendeu a lutar pela vida e, sempre deu o melhor de si para alcançar seus objetivos.
Carreira Militar
No final do curso ginasial, tomou uma firme decisão: queria servir ao povo brasileiro e, foi no Colégio Militar de Porto Alegre – Rio Grande do Sul, em 1955, com 18 anos de idade, conseguiu seu ingresso no curso preparatório de Cadetes.
Academia das Agulhas Negras
Já em 1957 foi selecionado para cursar a formação de oficial, na Academia Militar das Agulhas Negras - no Rio de Janeiro, e, em 1960, recebeu o “espadim” de aspirante, sendo promovido à condição de Segundo-Tenente.
Foi nesta época que casou com Maria Pavan com a qual teve dois filhos, César e Cláudia.
Quitaúna
Oficial exemplar, em 1961, foi servir no 4º Regimento de Infantaria, do quartel de Quitaúna em Osasco, São Paulo.
Soldado da Paz Em Suez
Quando servia em Osasco, foi selecionado para servir à ONU (Organização das Nações Unidas) numa missão de paz, no Oriente Médio, em Suez.
Por força do destino, é exatamente quando serviu na “Forças de Emergência das Nações Unidas - UNEF-1”, em busca da Paz Mundial, nas areias ardentes da Faixa de Gaza, que recebeu, uma das melhores notícias de sua vida, o nascimento de sua filha, Cláudia Pavan Lamarca.
Também foi ali no deserto que ele conheceu, de perto, a miséria, a mais perversa das exploração capitalista sobe o sofrido povo Árabe, dali por diante, o capitão, que sempre foi solidario e fornecia água, alimentos e medicamentos aos necessitados, tornou se uma pessoa melhor, mais humana e solidária, consciente dos grandes problemas humanitários.
O revolucionário
De volta ao Brasil, serviu em Porto Alegre, depois voltou para Quitaúna, onde em 1968, conhece o jovem líder estudantil e operário José Campos Barreto.
Em 1969, desiludido com o Exército Brasileiro, abandonou o quartel e se junta aos grupos que lutavam contra a ditadura militar e pela implantação de um regime político socialista no Brasil.
Em 1971 vai para o sertão da Bahia, com a intenção de formar aqui uma base de luta, e, em agosto de 1971, ao constatarem a presença de Lamarca no sertão, as forças repressivas da ditadura militar, organizam uma grande operação militar na região e, exatamente no dia 28 de agosto, atacaram o Buriti Cristalino e executam Otoniel Campos Barreto e o Professor Luiz Antônio Santa Barbara, além de prendem Olderico Campos Barreto e seu Pai, José de Araújo Barreto.
Daí por diante, foram 20 dias de terror e ameaças, no sertão baiano, até que no dia 17 de setembro, a repressão militar encontra Lamarca e Zequinha, que depois de uma jornada a pé de quase 300 km, se encontravam absolutamente exaustos, deitados descansando a sombra de uma baraúna, ali mesmo foram executados.
Quando foram mortos, o Capitão Carlos Lamarca tinha 34 anos e, José Campos Barreto, tinha 24 e anos.
Ainda sobre o prêmio Nobel
É verdade que o Prêmio Nobel da Paz, nunca foi ganho individualmente por um brasileiro, porém quando a ONU foi agraciada em 1988, todos os jovens, de diversos países do mundo, inclusive cerca de 6.300 brasileiros, formam também agraciados com a honraria, e, assim, tem o direito de receber, cada um à sua medalha e um diploma, basta que, para tal, comprove a participação e pague uma taxa de cerca de $200 dólares,
No Brasil, de hoje, apenas o Ex-cabo do Exército, Percival Furquim Vaz, que, por sinal, serviu em Suez, integrando o 3º Pelotão da 7ª Companhia, do Exército, sediada na cidade de Rabah, sobe o comandado de Carlos Lamarca, receber a sua premiação em 2002.
Mas uma vez, ao contrário do que diziam os militares brasileiros, a confirmação de Lamarca como Prêmio Nobel da Paz, reforça o que já havia sido apurado pela Comissão Nacional da Verdade: O Capitão Revolucionário Carlos Lamarca, é um herói do Povo brasileiro, Nobel da Paz, mártir da diocese de Barra.
Outras informações podem ser colhidas nos sites:
O Globo.
https://www.batalhaosuez.com.br/antigo/PremioNobelPremioNobeldaPaz.htm
Agencia Brasil
https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil/noticia/2003-12-27/brasil-tem-um-nobel-da-paz
Batalhão de Suez
https://www.batalhaosuez.com.br/antigo/PremioNobelPremioNobeldaPaz.htm
Gazetado Povo
EBC - Empresa brasileira de Comunicação
https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil/noticia/2003-12-27/brasil-tem-um-nobel-da-paz
Por Wanderley Rosa Campos
Da Redação, 16/09/2023
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