A ação militar, que se estendeu até o dia 28, cercou o Buriti Cristalino e resultou em mortes, prisões e no cerco a guerrilheiros, mas Lamarca conseguiu escapar.
Nesta quarta-feira, 27 de agosto de 2025, completam-se 54 anos de uma das operações mais marcantes da Ditadura Militar na Bahia: a ofensiva do Exército em Brotas de Macaúbas contra o capitão desertor Carlos Lamarca, que havia aderido à luta armada contra o regime.
Naquela manhã de 1971, tropas de diferentes órgãos de segurança se deslocaram para a região, contando com helicópteros, equipes de reserva e reforços estratégicos. A informação era de que Lamarca e seus companheiros estariam em Buriti Cristalino montando o MR8 (Movimento Revolucionário 8 de Outubro).O local acabou sendo cercado por todos os lados para evitar qualquer fuga.
No dia 28 de agosto, já com o cerco fechado, houve tiroteio. Dois militantes foram mortos — Luiz Antônio Santa Bárbara (“Merenda”) e Otoniel Campos Barreto —, enquanto Olderico Campos Barreto foi ferido e preso. Três armas foram apreendidas no local. Apesar da grande mobilização, Lamarca e seu aliado conhecido como “Jessé” conseguiram escapar, deixando para trás um acampamento improvisado com pertences e alimentos.
A operação marcou a história da região, mobilizando tropas em pontos estratégicos como Brotas de Macaúbas, Ibotirama e Morpará, numa tentativa de bloquear rotas de fuga pelo Rio São Francisco. O episódio ficou registrado nos relatórios militares como parte da intensa caçada ao líder guerrilheiro, que seria morto poucos dias depois, em setembro de 1971, próximo à comunidade de Pintada, município de Ipupiara, onde hoje está localizado o Memorial dos Mártires...
Imagem reprodução
Com Informações de Wanderley Matos
Por Luciano Brotense, 27/08/2025