Já parou pra pensar que o Brasil, esse gigante de rios largos e corações quentes, virou palco de um paradoxo que nenhum roteirista ousaria escrever?
De um lado, um ex-presidiário ocupa a cadeira mais alta do Planalto. Do outro, um ex-presidente se encaminha para uma cela. E no meio, não a neutralidade, mas a trincheira. Porque o país não anda — se empurra, se arrasta, se divide. Viramos um tabuleiro onde irmãos jogam dados envenenados uns contra os outros.
As famílias já não conversam como antes. Os grupos de WhatsApp viraram campos de batalha e daí uma pergunta que não quer calar: será que, quem outrora falava que não tinha bandido de estimação vai mudar o discurso ou vai preferir arrumar outros culpados?
A mesa do almoço, que sempre foi território sagrado, hoje pede silêncio pra não virar guerra. Cada um com sua verdade na mão e uma pedra na outra.
Uns gritam: “Lula livre!”. Outros respondem: “Bolsonaro é preso político!”. E ninguém se pergunta, no meio do eco, o que foi feito do Brasil.
Talvez a verdade seja mais amarga do que a polarização permite engolir: talvez os dois estejam certos — ou errados. Talvez nenhum de nós saiba mesmo onde está a razão. Porque num país onde a justiça tem prazo, preço e partido, até a verdade virou questão de opinião.
Enquanto isso, o povo — esse povo que levanta cedo, pega dois ônibus, enfrenta fila no SUS e ainda arranja tempo pra sonhar — continua pagando a conta. A conta da crise, a conta da corrupção, a conta da confusão. Um povo que merecia mais. Mais respeito, mais paz, mais coerência.
Mas seguimos aqui, tropeçando na esperança. Porque o Brasil, apesar de tudo, ainda respira. Respira em cada nordestino que planta, em cada jovem que estuda, em cada mãe que luta.
Quem sabe um dia, quando baixarem os punhos e abrirem os braços, a gente se reencontre. Não como Lula ou Bolsonaro. Mas como Brasil. Inteiro, inteiro de novo.
Crônica elaborada com auxílio de IA
Da Redação, 12/09/2025


