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quinta-feira, 27 de agosto de 2020

BROTAS DE MACAÚBAS: O BROTENSE E O MERCADO DE TRABALHO

Coluna A Gente Que Faz - O Brotense e o Mercado de Trabalho

Por Rôney Araújo


As cidades menores possuem um repertório irresistível de vantagens as quais atraem muitas pessoas. Ar menos poluído, mais segurança, ritmo tranquilo, custo baixo de vida, entre outras tantas benesses oferecidas fazem, dessas localidades, ótimas opções para se viver. Entretanto, o romantismo finda quando pensamos em algo primordial que ampara esse estado positivo: o emprego. O Calcanhar de Aquiles reside aí e escancara a problematização vivida nos pequenos centros. Pela dinâmica desenhada, ocorre um esvaziamento da força de trabalho sendo essa escoada para as metrópoles.

 

Em Brotas, o fenômeno ocorre com intensidade atingindo, principalmente, parcela significativa da juventude. O brotense, ao concluir o ensino médio, se vê diante de um dilema de difícil resolução: deixa sua terra natal e o convívio familiar para continuar os estudos e/ou arranjar um emprego qualificado; ou abdica dos seus anseios permanecendo no município, muitas vezes aceitando trabalhos mal remunerados e sem expectativa de crescimento, amargando a frustração por ter ficado ou a saudade por ter ido embora. 

 

Obviamente, há aqueles resolutos e cientes das suas escolhas. Optam por viverem dentro do recorte estabelecido e são felizes assim. Isso é legítimo e respeitável. A esses, a argumentação sustentada aqui não os enfoca, mas sim aos outros, os quais se sentem incomodados pela falta de oportunidades e seguem desesperançados frente algum movimento propositivo de mudança de cenário, quer seja encabeçado pelo poder público ou pela iniciativa privada, restando-lhes, somente, arriscarem em outras freguesias. 

 

As ações propostas para atenuarem esse quadro adverso são várias, no entanto, duas, em questão, são essenciais para o êxito da empreitada. A primeira diz respeito às iniciativas dos microempreendedores. Esses sujeitos conseguem, com rapidez, movimentar o mercado de trabalho, pois lidam com a venda de produtos e a prestação de serviços diversos, arregimentando a força laboral de imediato. Por isso, devem ser apoiados através de parcerias com o poder público ou por isenção de impostos, visando a  desburocratização no processo de abertura e manutenção das suas empresas.

 

Outra proposição eficaz a ser observada é o fortalecimento das potencialidades locais. Em Brotas, a agricultura familiar e a pecuária talvez sejam as principais atividades dominantes. Assim, o investimento nessas áreas é algo preponderante para mantê-las ativas, devendo os esforços serem capitaneados pela Gestão Municipal juntamente às Associações Comunitárias de cada lugar. O comércio e os serviços também precisam ser estimulados, afinal nem todos querem trabalhar lidando com a terra e com os animais. A cultura é outra vertente a ser alimentada. Uma vez tendo suas ramificações entranhadas na arte e afins, e por sabermos o quão temos brotenses talentosos na área da música e instrumentalização, por exemplo,  torna-se salutar o apoio maciço nesse âmbito.   

 

Além disso, é imperativo o arranjo onde o jovem esteja ocupado para contrapor às tentações das quais esse pode ser alvo. Sabemos, infelizmente, os níveis alarmantes acerca do consumo de álcool e drogas acometendo a juventude de Brotas. Tal abordagem é realizada nas lacunas presentes nas vidas desses indivíduos. Em tese, estão eles mais propícios a trilharem caminhos perigosos, levando-os a uma vivência dramática e nada produtiva. O famoso ditado popular: " mente vazia é a oficina do diabo" reforça com primor a argumentação.

 

Somado ao conjunto de causas e consequências, também precisamos desconstruir o pensamento vigente, por parte de muitos, em relação ao falso papel da Prefeitura como geradora de empregos. Ela tem sua importância em incentivar ações que promovam a criação de postos de trabalho, sem dúvida; contudo, não cabe a ela absorver um grande contingente de mão de obra, pois nem orçamento para isso se tem. É enganoso e pouco inteligente insistir nessa proveniência. Tal pensamento é cultural, influenciado, sobretudo, por políticos populistas obcecados pelo poder e sustentados por pérfidas promessas com o objetivo de ludibriar a população.

 

O jovem brotense necessita ser oportunizado, e isso é indiscutível. Formas de como começar a mudar essa realidade foram indicadas aqui, mas carecem de ampliação, uma vez sendo, meramente impossível, aludimos a gama de perspectivas existentes em poucas linhas autorais. A valorização dos empreendedores, os investimentos na agricultura, na pecuária, no comércio e nos serviços, nos dão pistas sobre os encaminhamentos e dos prováveis rumos a serem seguidos.

 

O inconcebível é continuar vendo nosso povo migrando por não ter condições de ficar na sua própria terra. Quando isso ocorre, perdemos duplamente: o talento ostentado por quem se foi; e a economia local deixa de ganhar com a movimentação daquele capital. O ideal é a possibilidade da escolha oferecida a cada um. Quando isso ocorre, quem vai e quem fica, vai ou fica porque quis; jamais pela ausência de opção. Para alguns, é utopia imaginar uma realidade diferente da atual. Todavia, antes acreditarmos em utopia do que vivermos acomodados. 



Fotos da Internet

28/08/2020

BROTAS DE MACAÚBAS: O BROTENSE E O MERCADO DE TRABALHO
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