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sexta-feira, 4 de dezembro de 2020

A VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER ESTÁ ESTRUTURADA NO COMPORTAMENTO MACHISTA DO COTIDIANO










A VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER ESTÁ ESTRUTURADA NO COMPORTAMENTO MACHISTA DO COTIDIANO


Virou rotina vemos, lemos ou ouvimos casos de agressão e assassinatos de mulheres. Na maioria esmagadora das vezes, o agressor e/ou assassino é o companheiro da vítima e age seguindo em face de uma motivação torpe e cruel. A grande causa por trás da violência se encontra no machismo estruturado na sociedade brasileira e na falta de políticas públicas para essa segmentação, sobretudo àquelas visando antever situações de conflito; promovendo uma rede de acolhimento e segurança para as vitimadas. 

Em Brotas, somente nos últimos dois meses, três episódios vieram à tona mostrando toda a brutalidade vivida por algumas mulheres. E quantas ainda vivem da mesma forma e não sabemos? Certamente, muitas; e todas elas trazem no corpo e na mente marcas profundas provocadas por canalhas que se intitulam homens. Não importa se você é de esquerda ou direita, rico ou pobre, magro ou gordo, é inaceitável concebermos como normais os casos remontados a Brotas e no Brasil inteiro. Muito mais preocupante é constatar sobre anuência das próprias vítimas, em algumas ocorrências, protegendo os facínoras; muito embora o temor por represália justifique tal conduta. 

Geralmente, mulheres em situação de risco se dão conta da sua vivência em relacionamentos abusivos quando ocorre a primeira agressão física; a partir daí elas enxergam a disparidade das forças envolvidas no contexto. Contudo, a reflexão está incompleta; pois, antes mesmo do primeiro soco recebido, há um rastro inequívoco entregando os abusos psicológicos sofridos ao longo do percurso. E os efeitos são diversos, indo desde o isolamento e a perda da autoestima, até mesmo no controle sobre a vestimenta e censura nas opiniões. Esses são alguns dos sinais notáveis de uma relação tóxica.

No Brasil, o tecido social tem sua base sustentada no patriarcado e ele revela comportamentos arraigados os quais levam a potencialização dos casos de violência contra a mulher. Quando encaramos fatos tipicamente machistas como manifestações naturais, estamos, necessariamente, ajudando a massificar a abusividade. Um assobio na rua, ao caminhar de uma mulher, não é um elogio, mas sim uma demonstração de poder intimidadora; a roupa curta usada por ela não quer dizer "que ela está querendo transar", há mil razões para isso, inclusive o conforto. Frente a esses, existem centenas de outros atos denunciando a falta de conscientização dos homens.

Felizmente, há iniciativas tentando combater essa postura nociva de parte do público masculino. Em Montreal, Canadá, onde o universitário, Marc Lepine, invadiu uma das salas da Escola Politécnica e assassinou todas as quatorze estudantes do curso de engenharia, se matando logo depois, gerou grande repercussão no País. Em uma carta encontrada dias após o ocorrido, o assassino registrou a motivação do crime afirmando não aceitar a ideia de ter mulheres estudando engenharia. Estimulado no apelo trazido pelo acontecimento, aqui no Brasil foi instituído, no dia 06 de dezembro,  pela Lei nº 11.489/2007, o Dia Nacional de Mobilização dos Homens pelo Fim da Violência contra as Mulheres.

A data foi criada com a finalidade de ressaltar a importância de se promover a igualdade de gênero, relacionamentos saudáveis e uma nova visão da masculinidade. O laço branco é o símbolo da luta. Por meio de realização de  eventos e atividades, encabeçadas pela Rede de Homens pela Equidade de Gênero (RHEG), a diligência tem como objetivo sensibilizar, envolver e mobilizar os homens no engajamento pelo fim da violência contra a mulher. Os espaços públicos são preferencialmente escolhidos para receberem a movimentação, como praças, escolas, instituições de saúde e universidades 

Ações como essas são essenciais para o trabalho de prevenção, afinal muitos homens tem a predileção a cometer violência e podem ser impedidos antes do crime acontecer, através de palestras e debates reflexivos. Aos que já cometeram algum tipo de abuso, a aplicação se afeita para evitar a reincidência e conservar uma mudança na atuação. Entretanto, não precisamos esperar pela realização desses eventos para darmos nossa contribuição; basta iniciarmos, com os nossos familiares e ciclo de amigos, a inserção do assunto, explicando e alertando para atitudes machistas e como elas impactam negativamente a vida das mulheres.

Utilizar os canais virtuais como ferramenta de disseminação de ideias conscientizadoras frente ao papel do homem nessa luta, também é uma estratégia interessante. Infelizmente, rechaçar a violência contra a mulher não é mais suficiente; faz necessário nos posicionarmos veemente em todas as plataformas oferecidas. A disposição para isso ganha em força quando é empreendida pela ala masculina e tem maior poder de adesão no combate a essa chaga abominável entranhada no meio de nós.

Somado a isso, e não menos importante, é sermos proativos e denunciarmos casos de violência. A sua vizinha, agredida há anos pelo marido, talvez não tenha forças para empreender a denúncia. Aja anonimamente ligando no número 180, acionando a Central de Atendimento à Mulher ou chamando a Polícia Militar, no número 190. As Delegacias Especializadas de Atendimento à Mulher também são opções. Na Bahia, existem várias, sendo a mais próxima situada no município de Barreiras. É imperativo descruzarmos os braços e ajudarmos as vítimas, especialmente eliminando em nós aspectos de cunho opressor e que corroboram com a cultura de violência contra a mulher.


Fotos da Internet

05/12/2020

 


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